Precisamos amansar os brancos, que são muito selvagens.
Esta era uma frase bastante ouvida pelos missionários jesuítas durante contatos com os Tapayuna (1).
Meninas tapayuna na aldeia Kawêretxikô (TI Capoto-Jarina). Foto: Beatriz de Almeida Matos, 2010.
Meninas tapayuna na aldeia Kawêretxikô (TI Capoto-Jarina). Foto: Beatriz de Almeida Matos, 2010.
Os Tapayuna viviam originariamente na região do rio Arinos, próxima ao município de Diamantino, no Mato Grosso. Havia em seu território tradicional uma diversidade de recursos naturais, como seringueiras, minérios e madeiras, e por este motivo foi usurpado inúmeras vezes por seringueiros, garimpeiros e madeireiros, entre outros invasores não indígenas.
Na década de 1970, o grupo foi vítima de um envenenamento com a carne de uma anta, oferecida aos índios por invasores. Os 41 sobreviventes foram transferidos para o Parque Indígena do Xingu, vivendo primeiramente na aldeia dos Kĩsêdjê (mais conhecidos como Suyá), que também falam uma língua da família Jê.
Nos anos 1980, com a morte de um importante líder e pajé, uma parte do povo Tapayuna foi morar com os Mebengôkrê (Kayapó), na Terra Indígena Capoto-Jarina. O fato dos Tapayuna morarem em aldeias kĩsêdjê e mebengôkrê provocou o enfraquecimento da sua língua e cultura.
Em 2010, a população foi estimada em cerca de 160 pessoas que estavam distribuídas em aldeias na Terra Indígena Wawi e na Terra Indígena Capoto-Jarina.